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domingo, 6 de novembro de 2011

Filme: Não Tenha Medo do Escuro


Não é fácil ser Guillermo Del Toro. A cada projeto anunciado que tenha seu nome na direção, roteiro, produção ou qualquer outro setor, a expectativa ao seu redor é inevitável. Eu por outro lado, acompanhei muito pouco esse Não tenha Medo do Escuro, que traz o nome do espanhol como co-roteirista e co-produtor, logo o buzz não é – no meu caso – uma justificativa aceitável para o fracasso do longa.
A trama acompanha a jovem Sally (Bailee Madison), que é levada para morar com seu pai (Guy Pearce) na gigantesca propriedade que este possui. Enquanto acostuma-se com sua madrasta (Katie Holmes), ela depara-se com estranhas criaturas que habitam a escuridão da casa.
O roteiro de Guillermo Del Toro e Matthew Robbins – adaptado de um teleplay escrito por Nigel McKeand em 1973 – segue, sem grandes surpresas, a tradicional fórmula da “casa mal assombrada”. O problema aqui, é a incerteza do diretor Troy Nixey sobre o gênero de filme que iria optar em Não tenha Medo do Escuro; em certos momentos, há muita fantasia “DelToriana” (como na cena em que Sally explora a floresta próxima da casa, remetendo diretamente a O Labirinto do Fauno) e em outros, elementos de terror que parecem ter saído de um diretor completamente diferente (o razoável clímax por, exemplo).

Não que Nixey saia-se mal, pelo contrário; em seu primeiro longa-metragem, mostra-se um estiloso cineasta (especialmente nostravellings que, mesmo de sua grande maioria digitais, ajudam a acrescentar movimento à trama), a passo que recebe imenso auxílio de Oliver Stapleton, o diretor de fotografia. Aliás, é ele quem ganha o mérito pelo filme; graças a seu magistral trabalho com iluminação e uso de tons escuros, é possível sentir alguma coisa (medo, ansiedade, em raros momentos) durante a projeção, contando também com um eficiente design de som (aquelas vozes das criaturas…) e direção de arte (o trabalho feito no porão de Blackwood é realmente assustador). E se as criaturas que assombram a trama possuem um passado intrigante e bem idealizado, são prejudicadas por um visual patético e efeitos visuais medianos.

Agora sobre o elenco, digo logo que nenhuma das performances agradou-me por completo. A novata Bailee Madison até que sabe gritar, mas apresenta pouca expressão em grande parte da trama (o papel também não ajuda, já que Sally encontra-se em um estade de espírito sombrio), enquanto Guy Pearce abraça com certo ânimo o arquétipo do pai workaholic e Katie Holmes consegue tirar uma boa atuação de sua personagem, principalmente quando esta vai se aproximando da protagonista.

Mesmo apresentando um eficiente trabalho nas áreas técnicas e um conceito interessante, Não tenha Medo do Escuro é um suspense fraco e mal executado, onde nem mesmo a criatividade de Guillermo Del Toro foi capaz de salvar o dia. Ou a escuridão, que seja.

Cenas interessantes: a ultima quando Katie Holmes vira uma "fada do dente" e a abertura do filme "SÓ"!!!!
Nota: 5

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